sexta-feira, 17 de abril de 2015

O Poeta da Jaqueta de Couro

Você veio, bem devagar, me fitou com um olhar.
As sobrancelhas franzidas, ar de mistério e sorriso discreto.
A jaqueta de couro, botas, o cigarro e o ronco da motocicleta me faziam querer te emoldurar.
Sem citar seus contos, suas rimas, e aquela sua voz que faria qualquer mulher se arrepiar.
Me beijou devagarzinho, quase que ironizando sua postura de homem selvagem.
Deixou no meu peito o gostinho de quero mais e a sensação de parecer viciada.
Rendeu-me bons versos nas madrugadas em que imaginei nós dois.
E só. Foi embora, como se nunca tivesse me visto.
Agora releio meus versos, caramba! Como é que você fez isso comigo??