domingo, 24 de agosto de 2014

Revés

Já havia algum tempo desde a última lágrima
E desde então me cercava de gente,
De qualquer coisa pro tempo passar

Pouco tempo, vários romances
Tropeços, avessos, nuances
Que era pra vida guinar

Percebi, escrevi, descobri
Não se fala de amor no passado
Pensei, fugi, refleti
E vi que nada havia acabado

Sofri calada, a anestesia passou
E toda a vida, um teatro
Coração nunca mais funcionou

A ignorância, a overdose de si
Isso jamais passará
A descrença no outro, no fato
Parece nunca acabar

Então vou queimando papéis
Jogando fora objetos
Viés de ilusões , apenas revés
Destruindo afetos, reconstruindo tetos

Que qualquer sinal, apenas
Já é capaz de ferir
E foi assim que então chorei de novo
Quando vi que de amor morri

domingo, 10 de agosto de 2014

Ligações, golpes e certezas.

Depois de tanto tempo eu pude ouvir sua voz de novo.
Aquela ligação que parecia inesperada finalmente aconteceu, mas enquanto o telefone tocava eu achei que nem coragem teria pra atender.
O coração bateu forte, mas não era mais a mesma coisa... O tempo mudou as expectativas, as circunstâncias mudaram os ventos e os ventos hoje não sopram mais pro mesmo lado.
Fui tentar insistir, o pedi pra lhe encontrar e depois do beijo longo vi que a gente não podia mais se amar.
Há pouco desconfiei e minha intuição não mente, mas prefiro sempre me guardar, me confundir do que me expor, mas dessa vez eu sei que fiz de tudo e é melhor que a gente esqueça ou então comece do zero outra vez.

sábado, 9 de agosto de 2014

Discrepância do Destino..

Tanta coisa nova e tanta informação e a traição..
de repente vou andando e olho que sumindo vai o chão
os pés trocados vão tropeçando nos erros, pecados..
E nas linhas tortas que nem gosto de ler, mergulho
só pra não ficar só, só pra atar os nós
Vou passando nas esquinas, me perdendo em contramãos
Nem sei onde estaciono, prefiro nem parar não
E olhar pro nada e pensar no nada com meu violão
que é pra ver se a mente aquieta, pra sentir que agora estou certa
que não quero mais amar, que tenho medo de errar
mais uma vez, finjo a confusão pra ofuscar a tristeza
cansei de tudo um pouco, e aí então eu crio cascas,
tão duras que pra me alcançarem vão precisar cantar pra mim
de novo... E mesmo assim jamais terão minha confiança.

domingo, 3 de agosto de 2014

Amornando

Um, dois, três, quatro e depois do quinto acabei parando a conta.
O que importa mesmo é que está sendo mais satisfatório ficar no quarto ouvindo música alta e compondo canções que investir meu tempo em novos relacionamentos. Com o tempo todos vão tendo o mesmo cheiro e o mesmo papo, nada que me faça querer gastar a mente.
E mesmo os que valem a pena não me fazem vislumbrar algo sério. Descobri que amor só é bom quando vem de surpresa, quando a gente não está envolvido com ninguém.
Gosto da minha vida como está agora. Uma faculdade onde me encontro e me divirto fazendo, um trabalho que me inspira, uma casa grande, liberdade e idade boa... O que falta mesmo é o tempo.
A cada dia que passa vou aquietando mais, deixando a poeira baixar, a onda cessar e a temperatura amornar.  Ando absorvendo conhecimento e sinto que sempre que minha vida deu uma guinada é porque eu me sentia exatamente assim: Satisfeita!
Tomei muitas decisões que podem parecer imaturas, mas as vezes a maturidade não nos leva a lugar algum. Se somos bons demais o tempo inteiro com pessoas que não merecem, acabamos levando na cara.
Não sou mais a mesma e nem quero ser amanhã o que sou hoje... a intenção é mudar sempre que preciso for.
Pode me surpreender vida, porque agora confio em você! ;)