quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A Rotatória!

Por um instante eu estive parada observando aquela rotatória. Pensei nos vários caminhos que poderia tomar e a quais destinos me levariam... Todos eles me levavam à alguma coisa que eu realmente amava, mas eles nunca se cruzavam. Eu precisava fazer uma escolha.
Demorou bastante tempo pra perceber que o melhor caminho era o que parecia menos atrativo, mas porque observei apenas os primeiros quarteirões. Lá na frente este me levava a um amor muito mais livre e incondicional.
À medida que fui seguindo por esta rua, me afastava cada vez mais das outras opções. Não havia jeito! Quanto mais me afastava, mais eu tinha que apagar o que deixei pra trás. Os outros amores iam escorrendo como água, sumindo do meu caminho pouco a pouco.
A dor de ver esse amor escorrer é, talvez, uma das mais insuportáveis. Porque você sabe que em prol de um amor maior, você precisa se afastar de algo... É como arrancar um pedaço do corpo e dizer: Viva sem este pedaço e funcione perfeitamente! Impossível! Pelo menos no princípio até que se adeque à novas necessidades.
Muitas vezes eu pensei em voltar para a rotatória e pensar de novo na escolha. Principalmente quando tenho lembranças das outras coisas que eu amo. Aí eu olho pra frente e percebo que há amores que não merecem nosso esforço, porque no fim do quarteirão não há mais luz. Você anda alguns quilômetros e se perde...
O melhor caminho é aquele que faz você se encontrar em si mesmo. Que não te faça querer mudar, mas sim aperfeiçoar sua personalidade.
O melhor amor é aquele que te deixa amar sem culpa, sem medo...
Com o tempo este amor te envolve de forma tão bonita que a dor vai indo embora devagarzinho até deixar a paz no coração.
Cuidado! Nem todas as ruas belas te levam a um destino mais apropriado.
Se você estiver na rotatória, não hesite em escolher o caminho mais longo! O tempo ensina muito!